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A Carteira de Identificação do Autista como garantia de direitos

Às vésperas do Dia Mundial do Orgulho Autista, celebrado em 18 de junho, a FCEE destaca a importância da Carteira de Identificação do Autista em Santa Catarina

14 de junho de 2022
em Notícias
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A Carteira de Identificação do Autista como garantia de direitos
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O Dia Mundial do Orgulho Autista, comemorado em 18 de junho, representa a luta pela conscientização da sociedade de que as pessoas diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) possuem características próprias que impõem desafios à sua rotina e à inclusão social. A Fundação Catarinense de Educação Especial (FCEE) aproveita a data para reforçar a importância da garantia de direitos estabelecidos pela Carteira de Identificação do Autista, expedida pela instituição. Lançado há dois anos, o documento já beneficia 5.090 pessoas em Santa Catarina. 

A Carteira de Identificação do Autista de Santa Catarina garante às pessoas diagnosticadas com TEA, gratuidade no transporte intermunicipal de passageiros e prioridade no atendimento pessoal em instituições públicas do Estado, inclusive quando representadas por seu responsável legal. A lei ratifica direitos já garantidos pela Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Lei Berenice Piana) que estabeleceu que TEA é considerada uma deficiência, para todos os efeitos legais. Em nível nacional, a “Lei Romeo Mion”  estabelece a atenção integral, pronto atendimento e prioridade no atendimento e no acesso aos serviços públicos e privados, em especial nas áreas de saúde, educação e assistência social, a quem possui a Carteira de Identificação da Pessoa com TEA. 

A prioridade no atendimento representa respeito à condição própria do autista, considera a assistente social Emanuella de Oliveira, coordenadora do Centro Especializado em Transtorno do Espectro Autista (CETEA) da FCEE. “Por ser um transtorno do neurodesenvolvimento que se caracteriza por alterações no comportamento e na comunicação social, os autistas podem apresentar alterações sensoriais, respondendo de maneira diferenciada aos estímulos recebidos do ambiente”, explica. Para ela, a Carteira de Identificação do Autista garante o respeito a essa condição própria da pessoa com TEA, além de diminuir a burocracia e facilitar o acesso às instituições públicas no Estado, evitando constrangimentos e demora no atendimento em estabelecimentos. 

A importância da Carteira do Autista é atestada pela empresária Quenia Belucci. Ela é mãe de Antonela Belucci, de 5 anos de idade, diagnosticada com TEA há dois anos, quando passou a ser atendida no CETEA/FCEE. Ela conta que, antes da expedição da carteira, enfrentava dificuldade em usufruir o direito do atendimento preferencial nos estabelecimentos apenas com base no laudo do diagnóstico. Segundo ela, desde a conquista da carteirinha da sua filha, em setembro de 2020, percebe mudanças no tratamento que a família recebe nos estabelecimentos. “A Carteira de Identificação dá respaldo e credibilidade para o autista, facilita para a pessoa que precisa pegar o ônibus e, na hora das filas, evita questionamento e ‘olhares’, principalmente para que as pessoas possam identificar”, comenta. 

A identificação da pessoa com TEA por quem não tem um contato frequente com o tema é facilitada com a utilização da carteirinha, de acordo com Emanuella de Oliveira, que ressalta a importância da conscientização que estabelecimentos de natureza privada precisam ter para a eficiência da prática inclusiva. “Pessoas com autismo sentem e exploram o mundo de maneira diferente, existindo diversos modos de manifestação dessas características dentro do espectro. Uma sociedade mais justa e igualitária é a que entende as pessoas e as acolhe da forma como são. As instituições e a sociedade se adequam às necessidades das pessoas, e não o contrário”, complementa a coordenadora do CETEA/FCEE. 

O desconhecimento da sociedade acerca dos direitos dos autistas afeta diretamente as famílias. “Se a gente chega num lugar que tem uma fila com a placa de prioridade, muitos acham que a prioridade é apenas para a pessoa com deficiência física e não intelectual”, enfatiza Quenia. Para ela, é fundamental que as pessoas tenham consciência a respeito dos direitos adquiridos pelos autistas, para que haja mais “respeito e empatia por todos”. 

Como obter a Carteira do Autista em Santa Catarina 

Para solicitar a Carteira de Identificação do Autista é preciso comparecer pessoalmente em um dos locais credenciados para cadastramento e entrega dos documentos necessários:

  • Laudo médico com a indicação do código da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID);
  • Original da Carteira de Identidade e do CPF do beneficiário;
  • Original da Carteira de Identidade e do CPF de até dois responsáveis legais;
  • Comprovante de residência do beneficiário;
  • Foto 3×4 (caso o beneficiário não possa comparecer pessoalmente ao local).

Para beneficiários residentes nos municípios da Grande Florianópolis, é preciso comparecer diretamente no Centro de Avaliação e Encaminhamento (CENAE) da Fundação Catarinense de Educação Especial (FCEE), localizado no campus da instituição, em São José. 

Residentes em outras regiões do Estado devem comparecer a uma das instituições credenciadas. A relação completa com os endereços e contatos das instituições está disponível no Portal do Autismo de Santa Catarina: autismo.fcee.sc.gov.br 

 

Direitos garantidos

A Carteira de Identificação do Autista de Santa Catarina foi instituída em Santa Catarina pela Lei Estadual n. 17.754/2019, estabelecendo a preferência no atendimento pessoal em instituições públicas do Estado de Santa Catarina para o trato de assuntos de seu interesse, inclusive quando representado por seu responsável legal; e a gratuidade no transporte intermunicipal de passageiros. A Carteira foi lançada oficialmente em fevereiro de 2020, quando a FCEE assumiu a expedição do documento no estado. 

Em nível nacional, a Lei Federal n. 13.977 / 2020 – denominada “Lei Romeo Mion”, criou a Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea) com o objetivo de garantir atenção integral, pronto atendimento e prioridade no atendimento e no acesso aos serviços públicos e privados, em especial nas áreas de saúde, educação e assistência social.  E prevê que os estabelecimentos públicos e privados poderão valer-se da “fita quebra-cabeça”, símbolo mundial da conscientização do transtorno do espectro autista, para identificar a prioridade devida às pessoas com TEA. A lei ratifica direitos já garantidos pela Lei Federal n. 12.764/2012 (Lei Berenice Piana), que instituiu a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, a qual estabelece que a pessoa com TEA é considerada pessoa com deficiência, para todos os efeitos legais. 

Saiba mais sobre os direitos da pessoa com TEA no menu Leis e Direitos deste portal.

 

Quenia Belucci com a filha, Antonela Belucci, e Emanuella de Oliveira, coordenadora do CETEA | FCEE.
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FCEE implementa polos de Atendimento Educacional Especializado em TEA

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Carteira de Identificação do Autista

Como obter

Atendimento especializado em Santa Catarina

Onde encontrar

O Portal do Autismo é uma iniciativa da Fundação Catarinense de Educação Especial (FCEE), instituição de caráter beneficente, instrutivo e científico fundada em 1968 com a missão de definir e coordenar a política de educação especial do Estado de Santa Catarina, fomentando, produzindo e disseminando o conhecimento científico e tecnológico desta área. O conteúdo está baseado principalmente nas Diretrizes dos Centros de Atendimento Educacional Especializado do Estado de Santa Catarina – Transtorno do Espectro Autista (FCEE, 2022). O desenvolvimento do Portal do Autismo integra as ações estabelecidas pela parceria técnico-científica firmada pela FCEE com a FAPEU/UFSC.

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  • Equoterapia

A equoterapia é um método reabilitatório que utiliza o cavalo em abordagem interdisciplinar nas áreas de saúde, educação e equitação. Esse tipo de terapia objetiva o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com deficiências sensório-motoras e distúrbios psicossociais, onde encontra-se o Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Esse recurso terapêutico oportuniza a realização de atividades e jogos para desenvolver habilidades cognitivas importantes para o desempenho pedagógico, motor, sensorial e social do educando, dentre esses: a atenção; memória; percepção; raciocínio; linguagem; inteligência emocional; noção temporal e noção espacial.

A sessão não ocorre somente sobre o dorso do cavalo, mas em todo o ambiente equestre em que o animal se encontra, sendo estimulada a sensibilidade tátil, visual, auditiva e olfativa. São benefícios da equoterapia para praticantes com TEA:

  • Promoção da organização e consciência corporal;
  • Aumento da autoestima e regulação sensorial;
  • Integração social;
  • Ensino da importância de regras e disciplina;
  • Superação de fobias;
  • Ganho de autonomia e independência;
  • Utilização da linguagem e habilidades motoras;
  • Aumento da capacidade de decisões e independência em diferentes situações.

Os educandos atendidos na equoterapia são denominados como praticantes, pois no decorrer da atividade participam de sua reabilitação, na medida em que interagem com o animal. O ambiente deve ser tranquilo, com pouca movimentação, além de oferecer segurança. Portanto, o praticante deve ser atendido por equipe multiprofissional com participação de, no mínimo, um fisioterapeuta, um psicólogo e um equitador.

O atendimento equoterápico deve ser iniciado mediante parecer favorável de avaliação médica, psicológica e fisioterápica. As sessões de equoterapia podem ser realizadas em grupo; porém, o planejamento e o acompanhamento devem ser individualizados. Cabe à equipe multiprofissional definir a melhor abordagem de intervenção para cada praticante.

  • Musicoterapia

A musicoterapia utiliza como ferramenta central a música em suas mais diversas abordagens. O processo terapêutico envolve a estimulação das dificuldades dos educandos com TEA e o desenvolvimento de suas potencialidades cognitivas, motoras e emocionais.

Ao ser exposto à música e ao fazer musical, os educandos conseguem aprimorar sua interação, atenção plena e compartilhada e habilidades sociais, bem como promover o aperfeiçoamento da motricidade.

Essa intervenção deve ser feita com musicoterapeuta treinado, com atendimento em formato individualizado, baseado nas necessidades apresentadas pela pessoa com autismo, mediante avaliação e identificação da necessidade desses estímulos.

Mesmo que a pessoa com TEA não demonstre interesse inicial, cabe ao profissional realizar uma pesquisa sobre a dinâmica e a rotina familiar, nos quais a música esteja presente de alguma forma, como jogos, vídeos e desenhos.

Além da modalidade de atendimentos individuais, os educandos podem ser inseridos em grupos musicais com objetivos variados, desde priorizar a apreciação musical com discussões em grupo, interação e um fazer musical de caráter improvisacional até atividades que exijam maior engajamento dos pacientes, como as de construir arranjos musicais, aprimorar técnica em instrumentos e realizar apresentações na comunidade.

  • Integração Sensorial

Pessoas com TEA apresentam uma série de alterações que comprometem a forma como as informações do ambiente são captadas pelas vias sensoriais – visual, auditiva, tátil, olfativa, gustativa, vestibular (referente à sensação de movimentos) e proprioceptiva (relacionada à identificação da localização, orientação e posição do corpo no espaço) – e a forma como elas são processadas.
Atualmente, crianças e adolescentes com TEA são amplamente beneficiados com a Intervenção Sensorial de Ayres®, uma intervenção que atende aos critérios para uma Prática Baseada em Evidências para pessoas de 5 a 21 anos com TEA. Ela é composta por atividades sensoriais e motoras ativas adequadas à pessoa com TEA, contextualizadas na prática do brincar, que objetivam respostas adaptativas para participação em atividades e tarefas.

A Integração Sensorial – que tem bases na Neurociência – influencia a realização das atividades e favorece a participação social, ao impactar a saúde e o bem-estar, a formação da identidade e as escolhas ocupacionais. Contribui, assim, para o lazer, para o descanso e para as tarefas de autocuidado e também as domésticas, escolares e as de trabalho.

  • Fisioterapia

Os fisioterapeutas têm a tarefa de melhorar e manter a mobilidade funcional ao longo da vida e também desempenham um papel importante no desenvolvimento das habilidades motoras dos educandos. Com foco na progressão do desenvolvimento, os fisioterapeutas avaliam minuciosamente as habilidades de uma pessoa usando o conhecimento do desenvolvimento típico em vários estágios da infância como base. A partir disso, podem então determinar quais intervenções terapêuticas seriam mais adequadas para ajudar a criança a melhorar a mobilidade funcional e subir ao longo do continuum de desenvolvimento.

Estudos indicaram que há uma série de deficiências motoras observadas em crianças e adultos com TEA, como:

  • coordenação deficiente dos membros superiores e inferiores para uma variedade de tarefas, desde destreza manual até equilíbrio e marcha; e
  • déficits motores, particularmente nas áreas de equilíbrio e habilidades motoras que requerem feedback visual, como por exemplo habilidades de alcance.

Além disso, foram identificadas ligações entre a exploração motora e a linguagem, a cognição e o desenvolvimento social. Se pessoas com TEA não são capazes de participar ativamente em seus ambientes, elas correm o risco de perder habilidades cognitivas advindas por meio da exploração motora.

Assim, a Fisioterapia é adequada como tratamento, auxiliando as crianças a desenvolver habilidades motoras e lúdicas, melhorando assim a qualidade de vida. É importante reconhecer que Fisioterapia para educandos com TEA não ocorre de maneira isolada, mas trabalhando lado a lado com as famílias, outros profissionais de saúde e professores.

  • Terapia Ocupacional

A terapia ocupacional tem por objetivo melhorar a qualidade de vida da pessoa com TEA a partir da inserção ou aperfeiçoamento de habilidades que favoreçam a sua independência e autonomia. O foco principal está no treino de:

  • Atividades de Vida Diária (AVD) - vestir, escovar os dentes, uso do banheiro, pentear os cabelos, calçar os sapatos, entre outras habilidades relacionadas a higiene e autocuidado; e
  • Atividades de Vida Prática (AVP) - o uso de dinheiro (moeda e papel), cuidados com a medicação (gerenciamento), limpeza do ambiente e cuidados com a própria roupa, uso de eletrodomésticos, eletrônicos, telefone e celulares, bem como atividades desenvolvidas em ambientes externos, como lazer, compras, supermercados, restaurantes, feiras e lojas.
  • Assistência Social

O profissional de serviço social atua com base no atendimento, na acolhida e no acompanhamento familiar da pessoa com TEA. O objetivo é suprir as demandas e necessidades da família e buscar o fortalecimento de seu papel protetivo, e promover o acesso a informações, serviços e benefícios, bem como a garantia e efetivação de direitos.

O assistente social utiliza-se da escuta qualificada, para identificar e compreender o contexto familiar, socioeconômico, rede de apoio existente, as expectativas e dificuldades vivenciadas pelos pais e/ou responsáveis desde a suspeita do diagnóstico e/ou confirmação do TEA, entre outros.

A partir da identificação das demandas, o assistente social presta as orientações e os encaminhamentos necessários, em articulação com a rede de atendimento, serviços e demais Políticas Públicas.

  • Fonoaudiologia

Desenvolver a linguagem e comunicação verbal e não verbal no atendimento à pessoa com TEA é o objetivo da fonoaudiologia. A partir desta intervenção, além do desenvolvimento da linguagem receptiva e expressiva, gestual, oral e escrita, o autista será capacitado para compreender, realizar atividades e agir sobre o ambiente.

Na avaliação fonoaudiológica, são analisados todos os aspectos linguísticos e as competências metalinguísticas, que incluem a leitura e a escrita. Poderão ser observadas, também, alterações de mastigação, deglutição, seletividade alimentar, respiração e musculatura orofacial, a qual favorece a articulação da fala.

Neste processo, as estratégias utilizadas costumam ser mediadas por brincadeiras e jogos que estimulem a necessidade de comunicação. O objetivo maior é conquistar uma maior independência e competência dentro das limitações e capacidades da pessoa com TEA.

É muito importante iniciar a fonoterapia o mais cedo possível para potencializar seus resultados. O tratamento intensivo e individualizado ajuda a diminuir o isolamento social que pode ser fruto das dificuldades de comunicação.

Frequentemente não são capazes de viver de forma independente, têm iniciativa muito limitada e grande dificuldade para conversar, com comunicação mínima ou importante comprometimento de fala. Muitas das pessoas diagnosticadas são não verbais, ou seja, não falam e precisam de um suporte de comunicação alternativa para expressar o que desejam.

No autismo de nível 3, há uma fixação extrema em alguns comportamentos, muitas vezes atípicos, e a exclusão de outros. Há uma repetição acentuada dos comportamentos restritos, e isso pode afetar gravemente as atividades diárias e o envolvimento com os outros. Podem preferir isolar-se e costumam apresentar muita dificuldade para fazer o que não lhes interessa. Além disso, a incapacidade de comunicação e a sobrecarga sensorial podem levar à frustração e a comportamentos agressivos ou prejudiciais em relação a si e aos outros. Mesmo com o tratamento intensivo, as terapias em consultórios, o acompanhamento de especialistas e o apoio em casa, pessoas com autismo nível 3 geralmente têm pouca autonomia na vida.

  • Psicologia

O serviço de psicologia tem como objetivo o suporte aos educandos e famílias atendidas nos serviços prestados, com vistas ao desenvolvimento emocional e manejo comportamental dos educandos, o que reflete diretamente na saúde mental de seus familiares.

O acompanhamento psicológico voltado a pessoas com autismo visa trabalhar com o desenvolvimento das áreas importantes da vida cotidiana, preparando e empoderando a pessoa para os aspectos sociais comuns. Todo esse processo terapêutico resulta na ampliação do repertório comportamental e na melhor adaptação da pessoa com TEA na sociedade.

É de extrema importância o acompanhamento próximo com a família e a escola, pois o trabalho deve ser realizado em conjunto por todos esses contextos, pensando no alcance do melhor desenvolvimento da sua autonomia e independência no dia a dia.

Também é de atribuição do psicólogo da instituição realizar as avaliações dos educandos e articular o seu trabalho junto ao treinamento de pais do serviço da intervenção precoce, bem como o trabalho transdisciplinar junto à toda a equipe da instituição.

  • Educador Físico e Psicomotricidade

O trabalho realizado pelo educador físico se dá através de práticas corporais, auxiliando no desenvolvimento de diversas habilidades motoras. O planejamento das atividades deve ser realizado com um olhar voltado para o educando como um todo e não para a habilidade motora em si.

A psicomotricidade nos permite observar o desenvolvimento integral dos educandos a partir dos seus comportamentos motores. O profissional parte do entendimento que a partir da habilidade motora o educando pode passar a ter autonomia em funções do seu dia a dia, trazendo assim mais qualidade de vida para o mesmo.

Com isso, é importante que sejam realizadas avaliações com os educandos, considerando o desenvolvimento motor ideal para a idade em que o sujeito se encontra, sendo então possível avaliar quais são os déficits que precisam ser trabalhados e estimulados.

Como campo educacional, a psicomotricidade enfoca nos seguintes elementos: tônus, equilíbrio, esquema corporal, imagem corporal, lateralidade, ritmo, orientação espaço temporal, coordenação motora ampla e motricidade fina. É importante que o educador físico contemple em seu planejamento os elementos citados para que o educando consiga, dentro de suas potencialidades, o desenvolvimento de novas habilidades motoras.

  • Pedagogia

O pedagogo trabalha em parceria junto ao professor da instituição especializada frequentada pela pessoa com autismo, articulado também com a família e sua rede de apoio. Ele realiza avaliações, planejamento e estudos em conjunto com os professores para identificar as abordagens e procedimentos relevantes que possam qualificar o desenvolvimento do educando, propondo ações facilitadoras para seu aprendizado.

Uma das ações deve ser a oferta de assessorias escolares na rede regular de ensino, que devem ser periódicas e regulares. Também cabe a este profissional o rastreio das avaliações mais adequadas a determinada demanda, a sistematização de dados e evoluções para registros dos professores e orientações às famílias, capacitando-as enquanto coterapeutas dos educandos.

  • Professor

O professor tem como objetivo de trabalho o atendimento aos educandos da instituição especializada de acordo com os critérios de cada programa educacional. As ações podem variar de acordo com o programa, no entanto, é inerente a sua função a participação e/ou conhecimento sobre cada etapa da avaliação de desenvolvimento dos alunos que atende.

O professor é o profissional referência na turma que atua. Compete a ele identificar, elaborar e produzir os recursos pedagógicos que visem minimizar as barreiras de aprendizagem dos alunos com TEA. Ele elabora, juntamente com os demais profissionais, o Plano de Desenvolvimento Individual, registrando a evolução e a identificação de elementos relevantes para o planejamento constante e atualizado de cada educando.

Os demais atendimentos ocorrem na sua presença, contando com seu suporte e acompanhamento do pedagogo. Também participa de forma regular das assessorias escolares para alunos matriculados na rede regular de ensino.

  • Autismo: Nível 3

Indivíduos com autismo de nível 3 estão no extremo mais grave do espectro. Essas pessoas precisam de muito suporte nas tarefas do dia a dia e precisam de assistência significativa para aprender habilidades importantes para a vida cotidiana, como vestir-se, alimentar-se e fazer a higiene pessoal. As disfunções afetam gravemente a capacidade de funcionar na escola, em casa ou no trabalho, ou mesmo de ter interações e relacionamentos sociais.

Frequentemente não são capazes de viver de forma independente, têm iniciativa muito limitada e grande dificuldade para conversar, com comunicação mínima ou importante comprometimento de fala. Muitas das pessoas diagnosticadas são não verbais, ou seja, não falam e precisam de um suporte de comunicação alternativa para expressar o que desejam.

No autismo de nível 3, há uma fixação extrema em alguns comportamentos, muitas vezes atípicos, e a exclusão de outros. Há uma repetição acentuada dos comportamentos restritos, e isso pode afetar gravemente as atividades diárias e o envolvimento com os outros. Podem preferir isolar-se e costumam apresentar muita dificuldade para fazer o que não lhes interessa. Além disso, a incapacidade de comunicação e a sobrecarga sensorial podem levar à frustração e a comportamentos agressivos ou prejudiciais em relação a si e aos outros. Mesmo com o tratamento intensivo, as terapias em consultórios, o acompanhamento de especialistas e o apoio em casa, pessoas com autismo nível 3 geralmente têm pouca autonomia na vida.

  • Autismo: Nível 2

Pessoas com autismo de nível 2 geralmente precisam de apoio para responder às exigências do meio, ou seja, precisam de assistência para realizar atividades da vida diária, tanto em casa como na escola, e têm alguns desafios com a comunicação verbal. Com o devido auxílio, conseguem socializar com outras pessoas, porém, as conversas podem ser atípicas e simplificadas, com linguagem repetitiva ou ações verbais não funcionais. Ainda podem preferir comunicar-se através de sinais ou dispositivos tecnológicos.

Pessoas com autismo de nível 2 podem apresentar certa fixação em alguns comportamentos, como uma repetição de hábitos, o que causa dificuldades nas configurações sociais, escolares e profissionais. Por exemplo, andar na ponta dos pés ou girar em torno de si ou de outros. Para esses indivíduos, as tarefas de autocuidado podem ser muito desafiadoras. Também podem ser super ou pouco sensíveis a sons, luzes e outros tipos de estímulos. Aqui, mais comorbidades aparecem e somam-se ao diagnóstico.

  • Autismo: Nível 1

As pessoas que se enquadram no nível 1 do TEA apresentam sintomas menos graves, por isso é denominado como autismo leve. Muitas vivem e trabalham independentemente, precisando apenas de um suporte mínimo em suas atividades do dia a dia. Algumas conseguem driblar certas dificuldades em contextos sociais, por isso, muitas vezes, o TEA vai passando despercebido e o diagnóstico pode vir só na fase adulta. Além disso, no autismo de nível 1 há menos comorbidades associadas.

Pessoas previamente diagnosticadas com Síndrome de Asperger se enquadram nessa categoria. Geralmente têm habilidades verbais normais, mas acham difícil manter conversas regulares com os outros e podem ter dificuldades com algumas tarefas, especialmente aquelas que exigem decisões repentinas ou que alterem rotinas regulares.

As características menos evidentes levam as pessoas a pensarem que as particularidades no comportamento da pessoa com autismo leve estão ligadas com seu jeito ou personalidade. Mas características leves não significam que o autismo não impacte a vida da pessoa e as relações sociais. O TEA aparece, é sentido pelo autista e percebido pelos outros, e a incompreensão em torno de seu comportamento pode ocasionar situações de sofrimento.